Guardo na memória a figura de uma mulher doce, serena, firme, apaziguadora e cativante. Uma mãe amorosa e esposa dedicada, como rezam as melhores cartilhas das mulheres de sua geração e como são, especialmente, as mulheres do recôncavo baiano. Uma figura carismática que tinha sempre um sorriso a oferecer a quem lhe procurava. Que parecia ser munida de uma inabalável felicidade. Um ser radiante, esplêndido, que não terá dificuldades em ascender aos bons planos espirituais que o aguardam. Alguém que é efetivamente grande e atende pelo cognome de “Pequenita”.
Guardo na memória a lembrança de uma família ímpar. Família na acepção mais ampla que existir. Incontáveis e inesquecíveis momentos de felicidade compartilhei com ela. Os membros dessa família são sempre boa gente. Intensos e alegres, são mestres na arte de festejar. Unidos como irmãos devem ser, mesmo nas desavenças que todos os bons irmãos devem ter. Família grande não só no sentido numérico. E que se tornou muito maior já que também são experts em outra arte: a de fazer e manter amigos. É a vocês, os Araújo de Santo Amaro, da rua do São Bento, a quem me dirijo.
Nesses momentos de transição espiritual, que para nós ocidentais ainda são momentos em que a dor parece tomar conta do corpo e da alma, não há muito que dizer. Não há muito que fazer. Principalmente pra quem, como eu, que os compartilha mas não os vivencia da mesma forma que vocês. Gostaria, porém, de dizer algo a Ademir, Berenice, Cremilda, Deraldo (in memorian), Everaldo, Fernando, Geonísia, Heloísia, Isócrates, Jussara, Lúcia, Marco, Nádia, tantos genros e noras, sobrinhos e netos e, principalmente, a seu patriarca, Agnelo: vocês são pra mim referência de família, de gente e de humanidade. Saberão ultrapassar esses dias com a maestria e a alegria de sempre.
Que Deus os abençoe.