Receita de São João

Em pleno São João, essa turminha aí de cima resolveu fazer uma festa improvisada. Diziam que era pra homenagear a tia Silvia, tão querida de todas. Na verdade era o gosto pela farra que movia as festeiras. Flora, a mais velha, foi pra cozinha aplicar seus recentes conhecimentos culinários e produziu (vigiada pelos olhos atentos e corujas do pai) uns deliciosos brigadeiros. Pediram também à outra tia (Val) que fizesse uns suspiros, no que ela atendeu prontamente. Teve ainda outros pratos, sempre improvisados por elas…

A atualidade de Graham

“A rua (…) é extremamente estreita; apesar disso, todos os artífices trazem seus bancos e ferramentas para a rua. Nos espaços que deixam livres, ao longo da parede, estão os vendedores de frutas, de salsichas, de chouriços e de peixe frito, de azeite e doces, [pessoas] trançando chapéus ou tapetes, (…), cães, porcos e aves domésticas, sem separação nem distinção; e como a sarjeta corre no meio da rua, tudo ali se atira das diferentes lojas, bem como das janelas”. A cena descrita é perfeitamente condizível com tantas feiras livres, tão comuns em quase todo Brasil…

O Produto

O texto abaixo foi escrito por mim em 1997. Na época foi uma espécie de desabafo de revolta pela forma com que o músico baiano era visto pelo empresário. Sei que os Al Capones da música baiana ainda estão por aí a produzir coisas como os “Reinos do Arrocha” da vida e a alimentar certos radialistas obesos com a famosa carne de sertão. Só que hoje penso um tanto diferente. As coisas estão um tanto diferentes. E o melhor é que eles, os referidos Al Capones, já não são mais os mesmos…

Krzysztof Penderecki

Um compositor americano (por mais que eu tente, a minha já provecta idade não me deixa lembrar o nome dele :-)) me disse certo dia: “esteja o mais auditivamente receptivo possível na primeira vez que escutar uma música. Esta será uma oportunidade única”. Parei pra pensar no que ele efetivamente queria me dizer e lembrei-me da primeira vez que ouvi três músicas…

A aldeia haoussa ou feliz natal e próspero ano novo!

Deparei-me com uma certa foto em outubro de 2004, no Rossio, Lisboa. Era uma das várias fotos enormes (formato 1,80m x 1,20m) de uma exposição chamada A Terra Vista do Céu, do fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand. Este sujeito passou anos a bordo de um helicóptero fotografando o mundo inteiro. Detalhes em [ http://www.yannarthusbertrand.com/ ]. As imagens extasiantes vinham combinadas com frases de cunho ecológico, social e político, que nos deixaram (estávamos por lá eu e meu mestre Manuel Veiga) boquiabertos, não por serem novidades mas exatamente por não serem…

Arcervo on-line do Instituto Moreira Salles

Não sou acionista (quanta pretensão :-)) nem tenho conta no Unibanco, empresa que mantem o Instituto Moreira Salles (IMS), responsável pelo acervo on-line. Meu parco dinheirinho só demanda uma conta no Banco do Brasil. Poucas vezes, porém, encontrei um sítio pela internet que fosse tão útil para as minhas pesquisas. Considero a parte de música brasileira do acervo on-line do IMS, um verdadeiro oásis para o pesquisador de MPB. Oferece acesso gratuito a milhares de gravações de discos antigos, que cobrem o período do surgimento da indústria fonográfica no país, em 1902, até 1964. Este acervo provem, principalmente, das coleções…

Seikilos já sabia das coisas…

A relação texto-música é algo que, de uma forma ou de outra, sempre me acompanhou desde quando nem me dava conta que a música seria o fio condutor de minha vida. Houve época em que eu era (e ainda sou) fã de gente como Chico Buarque de Holanda e Renato Russo e não dava a mínima pro texto de suas canções (já me redimi, felizmente). Tirando o óbvio lado negativo e alienado que essa minha condição tinha, ela também me protegeu de ter de assimilar coisas como “japonês em braile” e “baby é magrelinha”…